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Nestlé faz experiências em gravidade zero com a Agência Espacial Europeia

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Lisboa
A Nestlé associou-se à Agência Espacial Europeia (ESA) para a realização de uma série de experiências em gravidade zero que têm como principal objetivo produzir “a bolha perfeita”. A estabilidade das bolhas determina a durabilidade dos produtos e é a chave para a experiência de sabor do consumidor. 

Com este projeto os cientistas do Centro de Investigação da Nestlé na Suíça pretendem encontrar uma tecnologia que lhes permita aperfeiçoar a espuma dos seus produtos com a criação de melhores bolhas de ar em chocolate, café, laticínios e alimentos para animais de companhia. Com isto é possível melhorar a textura e consistência deste tipo de produtos. Por exemplo, a estabilidade da espuma na mousse de chocolate dá a sensação de cremosidade na boca. Ou para fazer boa espuma no café, é necessário criar pequenas bolhas estáveis para o tornar mais suave e cremoso.

Antes dos voos, os cientistas da Nestlé colocaram seis amostras de 5 ml de água e proteínas do leite numa máquina especial que analisa a estrutura da espuma que ia ser levada a bordo do avião A300 da ESA.

Voando a uma altura máxima de 8.500 metros, o avião fez cerca de 30 parábolas (subidas e descidas repentinas) criando a sensação de leveza dentro do avião.

“Estes voos têm o mesmo efeito que andar numa montanha-russa. Cada parábola dura cerca de 20 segundos e cria zero de gravidade ou leveza. Durante estes curtos períodos, nós estudamos as proteínas do leite mais de perto para ver se faz espuma e quão estáveis as bolhas estão”, diz Cécile Gehin-Delval, cientista do Centro de Investigação da Nestlé. 

“Queremos fazer uma bolha “perfeita” para encontrar o balanço certo para os diferentes produtos da nossa gama – não demasiado grandes, não demasiado pequenos” acrescentou a mesma responsável.

A espuma é instável porque o líquido entre as bolhas flui para baixo. Quando a película líquida entre as bolhas é muito fina, pode-se dissolver e a espuma desaparece. Por tudo isto a espuma é mais fácil de estudar sob condições de gravidade zero, uma vez que a leveza cria bolhas que se dispersam de forma uniforme em vez de flutuarem para o topo.

A Nestlé segue as atividades da Agência Espacial Europeia neste campo há mais de uma década. Agora é a primeira vez que a Nestlé conduz experiências com espuma em gravidade zero. “Pareceu-nos natural trabalhar com a Nestlé uma vez que a Agência Espacial Europeia estava já a apoiar as pesquisas em tecnologias de espuma” diz Oliver Minster, diretor da unidade de Ciências Físicas para o Voo Espacial Humano e diretor de operações da ESA.

A Nestlé foi a primeira companhia do setor alimentar a utilizar pesquisa espacial nos anos 80. Na altura os cientistas da Nestlé estudaram o mecanismo do efeito da perda de massa muscular nos astronautas num voo multinacional. Este estudo foi desenvolvido com um laboratório espacial alemão em 1993 para ajudar a Nestlé a melhorar os produtos vocacionados para a área de saúde.